Humanidades
Revista Digital
Nossa Arte
ADOLESCENTE
confuso
POESIA CONCRETA
Surgida com o Concretismo, fase literária voltada para a valorização e incorporação dos aspectos geométricos à arte (música, poesia, artes plásticas), a poesia concreta tem como característica primordial o uso das disponibilidades gráficas que as palavras possuem sem preocupações com a estética tradicional de começo, meio e fim.
Outros atributos que podemos apontar deste tipo de poesia são:
- a eliminação do verso;
- o aproveitamento do espaço em branco da página para disposição das palavras;
- a exploração dos aspectos sonoros, visuais e semânticos dos vocábulos;
- o uso de neologismos e termos estrangeiros;
- decomposição das palavras;
- possibilidades de múltiplas leituras.
A comunicação através do visual era a forma de expressão de todas as poesias concretas.
Sentimentos
Assim como café, o coração também esfria
O meu “nada” é sempre cheio de tudo
É fácil seguir em frente, o difícil é não
olhar para trás
As palavras machucam
Estou emprestando as minhas mãos,
a minha alma, para que ela possa falar
o que eu estou sentindo
Ana Beatriz Frazão
A minha, a sua, a Nossa Escola
Era uma vez uma escola,
Mas não qualquer uma.
Ela tinha seu próprio jeitinho
Que não se encontra em mais nenhuma.
E por que ela era diferente?
Por causa dos alunos, professores
Ou por causa do ambiente?
Ela era especial
Pelas coisas que fazia.
Conseguia sempre,
Encontrar todos que a via.
Havia o minuto do silêncio,
A hora da surpresa,
A aula na piscina
E até o hasteamento da bandeira.
Essa escola maravilhosa,
Tinha que ter um nome original.
Então a nomearam Nossa Escola,
Pois comparado à ela, não tem igual.
Mariana Tomazi
Internet
Antigamente para falar à distância,
Usávamos cartas e telegramas.
E dependendo do lugar,
Demorava meses para chegar.
Hoje com a internet
As pessoas são mais gratas.
Basta estarem ambos online
Para que a conversa seja imediata.
Apesar de ser útil
Também pode ser perigosa,
Pois algum inútil
Pode inventar uma mentira cabulosa.
Por isso precisamos ter cuidado
E ficar de olho nos abusos.
Não expor a vida pessoal
A fim de expulsar os intrusos.
Acima de tudo devemos aproveitar a vida,
Não deixar a internet nos viciar.
Afinal de contas também há diversão
Fora do celular.
Mariana Tomazi
A bailarina
Cecília Meireles
Esta menina
tão pequenina
quer ser bailarina.
Não conhece nem dó nem ré
mas sabe ficar na ponta do pé.
Não conhece nem mi nem fá
Mas inclina o corpo para cá e para lá.
Não conhece nem lá nem si,
mas fecha os olhos e sorri.
Roda, roda, roda, com os bracinhos no ar
e não fica tonta nem sai do lugar.
Põe no cabelo uma estrela e um véu
e diz que caiu do céu.
Esta menina
tão pequenina
quer ser bailarina.
Mas depois esquece todas as danças,
e também quer dormir como as outras crianças.
Eu estava andando,
Andando sem pensar,
Sem pensar
Na vida que há.
Eu estou andando,
Andando sem falar,
Sem falar das conversas
Que andam no ar.
Eu estava andando,
Andando sem amar,
Sem amar aquele
Que sempre me amará.
Luiza Santin